quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Um abraco que entrega tudo de mim
sobrancelhas de cachorro
sábado, 19 de dezembro de 2009
madrugada dia 19 de dezembro de 2009, "equívoco"
“Eu amo essa cidade!” eu disse. Foi a última declaração antes de me despedir daquele espaço-tempo em que estava pessoalmente só, antes de encontrar com PESSOAS, antes de tentar mudar a minha expressão facial.
Sabe, não é tão ruim assim. O que? Fingir! Fingir não é tão mal. Temos que manter uma certa postura para não enlouquecermos. Isso já é um pouco esquizo. Mas será que agente enlouquece mesmo? Opa, cuidado. Não responde isso não.
O QUE EU ESTAVA QUERENDO DIZER era que eu estava ouvindo os pássaros cantando aqui em Ipanema. Ipanema fede bastante. Muita dor na lombar. Uma sobriedade extremamente entediante. Prefiro me inserir no ciclo da vida embriagada, ciclo circulo esférico que roda. centrifugo indefinidamente e fico tonta. Regurgito e re-engulo inúmeras vezes, não sei de vida além disso. Fazer o quê?
É tão difícil falar. Não vou discutir isso. Odeio! Para mim, odiar é muito mais fácil. Me jogo de cara na preguiça. Despida e sem vergonha. Somente para cair, rasgar a pele e catar do chão meus lenços delicados e sujos...desesperadamente enquanto escondo meu rosto imerso em lagrimas pesadas de uma menina. medíocre. Minha literatura é medíocre. Sou romântica. idealizo tudinho que eu quero. E só quero! Vivo querendo, vivo... vivo?
Well, why not?
A ironia é uma defesa bonita. Possui uma composição bem estruturada com humor, sarcasmo. é uma amargura tão sutil que parece ser doce. Por isso que amo. Sou enganada e me deixo ferir. Depois, essa amargura entra lentamente no sangue e te mata. Nossa!
Não digo nada. Quero só lavar as mãos para passá-las em um rosto lindo e suave, pedir um abraço. Não peço. Odeio ser rejeitada. É muito mais fácil odiar. Mais do que entender. Isso é arte? É tudo mentira. Adoro brincar com vocês.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Eu e voce, peixe
peixe, voce é realmente vislumbrante!
metamorfose colorida
sinuosa
uma onda de formatos
padrões que se misturam
e dançam em várias direções
rápido
aluz brilha em reflexo sobre
a superficie do oceano
abaixo desse limiar
não existe mais sentido
é tudo grande
imensurável
tão duvidoso
quanto a identidade de um peixe no mar
quem é voce?
o peixe do mar é diferente do peixe do rio
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
aos poucos
e aos muitos
e de nada
sem deixar para o anterior
Olhando em ânsia,
existe muito, muito além de mim
tão longe de mim.
E o horizonte sou, toda
estou lá, junto comigo aqui
generosa, mergulho
no ar a minha volta
toda, eu quebro implodindo
Meu peito de cacos frágeis
arestas insinuantes de sinceridade
e olho os milhares de olhares
refletidos, expostos de mim mesma
para mim, e só existe eu
apenas os pedaços de minhas palavras
jogadas ao vento que nao existe
pois comigo, o ar desapareceu
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
banco da praia sábado anoite
terça-feira, 20 de outubro de 2009
vôo e volto
Mas nao tão alto que seja distante
Estou a um braço de alcance
Para que eu possa te puxar
Estará comigo a navegar pela penumbra das nuvens
Sobrevoaremos o palco. Devagar
Para que todos nos olhem e queiram estar como agente
No alto
Nos achamos superiores, e somos de fato
A saudade nos dá peso
Estamos no chão novamente
Onde todos nos olham, agora de cima
E gosto também do chão que me dá segurança
Rastejo todo o meu corpo, passando entre as pernas que estão em pé
firmes
e fortes
Elas andam... saltam
Transitam umas pelas outras
Estou atenta aos seus olhos, seus cabelos
Está se arrastando junto a mim
Arrasto minha barriga no chão
tenho impulso de levantar
Pés pressionados no chão
carne e ossos firmes, juntos
A mente está acima
Ativada pelos olhos
Que são velozes e te penetram em movimento
Vem outro e eu pulo para o alto novamente
Quero voar. Mais alto agora
Sozinho vôo mais longe
Mas eu volto
sábado, 17 de outubro de 2009
O Neném do meu Pé
No meu Peito tem um pé.
Eu estou grávida... no meu pé!
Tem um nenném pra nascer
Estou Pisando nele, com ele
Eu ando como o feto no meu pé
Meu óvulo nao fecunda
então eu guardo o bebê no meu pé.
Tem um bebê dentro do meu pé!
Porque ele nao pode nascer?
Só porque eu sou uma mulher?
Mas eu amo e quero ter um filho
Vou me casar. Tem alguém que me ame?
O meu peito
Tem um pé
Existe alguém que ame alguém com um pé dentro do peito?
Só porque eu estou grávida
Tudo bem, então vamos abortar?
Nossa, mas que idéia terrível, essa!
Porque vocês todos nao meu deixam casar e ter filhos?
Vocês estão com inveja porque sou especial
Tenho um filho no pé. no tornozelo
Ningué, mais teve isso na vida
Nem num sonho.
Meu cabel é curto e me visto de mulher.
Tenho Vagina, peitos e um rosto lindo
Voce não quer casar comigo?
Então vamos ter filhos
O padre tá assustado
Eu olho o rosto dela. Ela nao fala nada.
Só está vestida de noiva pronta para casar
E o terno está limpo e passado, veste muito bem
Voce gostou do meu terno? É cinza
Mas é bonito
Tenho uma gravata azul marinho que fica super bem transada com essa camisa de gola aberta.
Sou tipo marinheiro
E minhas calças sao largas porque sou magro
Nao tenho pelos na perna
Mas isso nem importa muito
Vim aqui pra isso
E tão pegando no meu pé
O padre tá assustado
o pé ta enchado, já tá ficando azul
E agora? como vou explicar pro bebê tudo isso?
Ele não sabe de nada, não tem preconceitos
E isso é bom
Tomara que ele nasça com o peito cheio de amor
A mae dele vai adorar e ser feliz
Depois que voce nascer
Vou vestir uma meia verde
Que nem da moça bonita de laranja
Ela tem os tornozelos sujos
Quero pôr esse pé dentro de mim
Por onde el poderia entrar?
Seria muito bom se eu pudesse parir do meu peito
Mas que posso fazer se o bebê tá no pé?
Eu apenas finjo e sinto que está no meu coração
Porque é bonito pensar assim
Mas os fatos são diferentes
E então, com iss, vou realizar a cerimônia do meu casamento
E do nascimento do meu filho
Já estou vendo ele
Daqui a pouco ele vai ser vivo fora de mim
Que lindo
Estou tão feliz!
A minha mãe me ama
A mãe dele vai amá-lo
Eu amo ela
Que família linda
O melhor é que ela nao existe
O Dada está me olhando
Ele quer me dizer algo
Mas ele não sabe falar
A lingua dos humanos é muito complicado
Nao o culpo pr nao conseguir se expressar
Coitado...
Espero que meu filho fale muito
Que sua comunicação atravesse todos universos
E todos os sonhos e todos os lugares
As pessoas vão amá-lo muito. Ele vai ser um Jesus da nova Era
A nova Era nao existe
Um Jesus cósmico, gelatinoso
Isso porque ele ainda é um feto
E eu sou anciosa
Acho que vou abortar
Não é porque eu quero
Mas porque eu sou assim
Eu não pude evitar esse transtorno
Todos o querem morto
E o coitadinho nem nascei ainda
Nem tem olhos para ver nada
Ele é um presentinho com um laço
Que alegria!
Chegou a hora de matá-lo, meu pequeno
Saiba que eu te amo, mesmo voce estando dentro do meu pé
Comprometendo meu corpo
Pra mim
Nao me sinto mal
Mas nessa vida quem escolhe é a maioria
Todos querem que você morra
E já que você nao tem autonomia para se defender
Acho que não tenho escolha
Continuo aqui parada olhando para ela
Sua linda mãe que fecundou você
Dentro de mim
Ela está linda
Vestida de noiva
com flores brancas nas mãos
Ela toda parece uma florzinha branca
Eu me sinto feliz e quero chorar
o tempo está passando
E nada aconteceu ainda
Não quero deixar você ir embora
Não sei mais o que fazer
Estou ficando desesperada
Será que ninguém me ajuda?
Só vão me condenar?
Vou morrer junto à você meu filho?
As coisas todas passam pela minha cabeça
Porque estão acontecendo
Já aconteceram
Tudo que penso é um acontecimento
Por isso que você nasceu dentro do meu pé
Sua existencia de curto prazo
Já provoca em mim sensações
E eu já falo coisas sobre elas
Já fui exposta por mim
Para todos
Por isso todos me olham
Julgam meu peito
Meu coração, ele é grande
Faz brotar amor em lugares estranhos
Por isso que o padre tá assustado
Entende, meu filho?
Nossa, como você é lindo!
Eu te amo tanto
Tá chovendo
Essa chuva me faz sentir tão presente
Isso é porque ela cai de cima em tudo em todos lugares ela faz barulho e molha
Agente sente a temepratura da água
Depois respira o frescor
Voca já foi embora, meu filho
eu já sou outra
Nao tenho mais você dentro de mim, no meu pé
No meu peito
sua mãe também morreu
Agora só existe aquelas roupas dela
E as minhas só existem na memória
Foram bons tempos apesar da tragédia
Recordo de vocês com carinho
Até o padre coitado
Não tem culpa de nada
Será que aconteceu nada?
Será que eu tive só um sonho?
Isso é possível
Mas tudo que aconteceu é verdadeiro
Não minto sobre sensações
Elas simplesmente são
Essa existência depende de todos nós
Por isso meu amor eu te amo
E nada poderá tirar você de dentro do meu pé
Dentro do meu peito.