quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um abraco que entrega tudo de mim

Fui surpreendida por uma memoria.
Era uma crianca pequena e corria em direcao ao George para ajuda-lo com suas sacolas do mercado.
Oh, thank you sweetie!
sorrio para o alto.
Ele era um velinho elegante com uns oculos de grau escuros. Tinha muito cabelo e nao era grisalho. Um sotaque nova-iorquino carregado e um casaco igualmente pesado, marrom.
E' muito frio la.

sobrancelhas de cachorro

sonho com aquelas paredes imensas.
Paulo, 'e uma onda?
Nao, 'e o palco. est'a montado em cima do mar.
Mas o mar vai derrubar isso. Quando eu vi parecia uma onda gigante.
eu sempre acho que 'e uma onda gigante. porque as vezes eu sonho que ela ta vindo.
quando a onda vier eu vou furar ela por baixo. vai ser maravilhoso. mas eu tenho um medo danado!
Voces vao tocar nesse palco?
Sim vai ser o grande show. o Tom ta ai'
Nossa que legal.
nao quero ficar aqui, estou pensando em outras coisas.
meu irmao tem 13 anos e est'a dirigindo, dando marcha re' e perguntando se eu sei o que 'e re' com setima.
Nossa, ele brigou muito comigo e me deixou la. estava usando umas roupas estranhas que nem cabiam nele direito. fiquei sem palavras de tanta tristeza.
Fui la fora para ver uma mala que estava com muitas coisas bagunc;adas. ela estava aberta. eu fui roubada?
a'i eu vi uma pessoa chegando por tras de mim e olhei com olhos de feliz surpresa. estou sem movimentos ultimamente. meu rosto nao consegue expressar sentimentos que nao existem. entao eu dou um abraco que lhe entrega tudo de mim. nao sei o que fazer mais que isso.
o q voce quer fazer hoje?

sábado, 19 de dezembro de 2009

madrugada dia 19 de dezembro de 2009, "equívoco"

Hoje foi uma noite e tanta. Já perambulei por diversos espaços inabitados da minha mente, along with familiar places too, só para voltar pra casa e não dormir. Estava até bêbada mas agora só me resta essa espuma borbulhante no esôfago.
“Eu amo essa cidade!” eu disse. Foi a última declaração antes de me despedir daquele espaço-tempo em que estava pessoalmente só, antes de encontrar com PESSOAS, antes de tentar mudar a minha expressão facial.
Sabe, não é tão ruim assim. O que? Fingir! Fingir não é tão mal. Temos que manter uma certa postura para não enlouquecermos. Isso já é um pouco esquizo. Mas será que agente enlouquece mesmo? Opa, cuidado. Não responde isso não.
O QUE EU ESTAVA QUERENDO DIZER era que eu estava ouvindo os pássaros cantando aqui em Ipanema. Ipanema fede bastante. Muita dor na lombar. Uma sobriedade extremamente entediante. Prefiro me inserir no ciclo da vida embriagada, ciclo circulo esférico que roda. centrifugo indefinidamente e fico tonta. Regurgito e re-engulo inúmeras vezes, não sei de vida além disso. Fazer o quê?
É tão difícil falar. Não vou discutir isso. Odeio! Para mim, odiar é muito mais fácil. Me jogo de cara na preguiça. Despida e sem vergonha. Somente para cair, rasgar a pele e catar do chão meus lenços delicados e sujos...desesperadamente enquanto escondo meu rosto imerso em lagrimas pesadas de uma menina. medíocre. Minha literatura é medíocre. Sou romântica. idealizo tudinho que eu quero. E só quero! Vivo querendo, vivo... vivo?
Well, why not?
A ironia é uma defesa bonita. Possui uma composição bem estruturada com humor, sarcasmo. é uma amargura tão sutil que parece ser doce. Por isso que amo. Sou enganada e me deixo ferir. Depois, essa amargura entra lentamente no sangue e te mata. Nossa!
Não digo nada. Quero só lavar as mãos para passá-las em um rosto lindo e suave, pedir um abraço. Não peço. Odeio ser rejeitada. É muito mais fácil odiar. Mais do que entender. Isso é arte? É tudo mentira. Adoro brincar com vocês.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Existe um dimensão aquática que nos separa
Eu e voce, peixe
peixe, voce é realmente vislumbrante!
metamorfose colorida
sinuosa
uma onda de formatos
padrões que se misturam
e dançam em várias direções
rápido
aluz brilha em reflexo sobre
a superficie do oceano
abaixo desse limiar
não existe mais sentido
é tudo grande
imensurável
tão duvidoso
quanto a identidade de um peixe no mar

quem é voce?
o peixe do mar é diferente do peixe do rio

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sinto que estou mudando...
aos poucos
e aos muitos
e de nada
sem deixar para o anterior
Olhando em ânsia,
existe muito, muito além de mim
tão longe de mim.
E o horizonte sou, toda
estou lá, junto comigo aqui
generosa, mergulho
no ar a minha volta
toda, eu quebro implodindo
Meu peito de cacos frágeis
arestas insinuantes de sinceridade
e olho os milhares de olhares
refletidos, expostos de mim mesma
para mim, e só existe eu
apenas os pedaços de minhas palavras
jogadas ao vento que nao existe
pois comigo, o ar desapareceu